
Um subtenente do Depósito Central de Munições (DCMun), da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), foi afastado das suas funções após publicar uma postagem celebrando o assassinato do ativista norte-americano Charlie Kirk, executado na Universidade Utah Valley, nos EUA, em 10 de setembro deste ano.
A publicação do militar continha ainda ofensas e ironias sobre a execução do ativista do campo conservador. Segundo o comando da corporação, a postagem caçoando de Charlie Kirk não teria sido a única inadequada e fora dos parâmetros estabelecidos pela instituição – uma das postagens, inclusive, envolve a farda da PMERJ.
Como punição, de acordo com o Diário do Porto, o comando da PM determinou o afastamento preventivo do subtenente, revogou a sua identidade funcional e o seu porte de arma. O militar responderá a um Conselho de Disciplina, que pode determinar a sua expulsão da PM.
Por meio de nota, a corporação comunicou:
“A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que a Corregedoria Geral da Corporação instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao militar. Tal iniciativa se deu diante das reiteradas postagens nas redes sociais realizadas pelo policial, inclusive fardado, proferindo comentários questionáveis e que estão sob avaliação. Seu porte de arma e sua carteira funcional estão retidos.”
Vereador pede afastamento de médico por tripudiar da morte do ativista
No último dia 12, o vereador Rafael Satiê (PL-RJ) denunciou Vinícius Machado Ouverney, médico-infectologista do Hospital Federal do Andaraí, também vinculado ao Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), localizados na Zona Norte e no Centro do Rio, respectivamente, também por comemorar a morte de Kirk em uma publicação nas redes sociais: “Freio de fascista é tiro”, disse na publicação, segundo a reprodução postada na rede pelo vereador.
O infectologista, que recebe mais de R$ 19 mil, teve a sua exoneração pedida por Rafael Satiê, que disse em sua rede social: “um profissional pago com dinheiro público não pode pregar ódio e morte”.
Diante da repercussão, Vinícius Machado Ouverney apagou o comentário e desativou suas redes sociais. O Diário do Rio entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que respondeu por meio de nota:
“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não identificou no ambiente de trabalho qualquer ato ou posicionamento do profissional que desabone sua conduta, ou que justifique a abertura de processo de apuração. Ressalta-se que eventuais condutas externas à atuação profissional devem ser analisadas pelas instituições competentes, e não pela direção da unidade de saúde. Em caso de condenação ética pelo respectivo conselho de classe, ou de decisão judicial, a SMS poderá adotar as medidas cabíveis”.
Ao portal Pleno News, Ouverney afirmou que seus comentários foram tirados de contexto e interpretados como apologia à violência, de maneira equivocada.
Leia a íntegra do comunicado do médico-infectologista:
“Escrevo para esclarecer um episódio recente. Um comentário meu, já removido, foi retirado de contexto e infelizmente interpretado como se fosse apologia à violência.
Gostaria de deixar claro que não tive, em momento algum, a intenção de incitar ou defender violência contra qualquer pessoa ou grupo. A manifestação se deu em contexto de debate político acalorado, mas reconheço que a forma utilizada foi inadequada.
Como médico, tenho plena consciência da responsabilidade social e ética que minha profissão exige. Reafirmo meu compromisso com a preservação da vida, com o respeito às pessoas e com a dignidade do exercício da Medicina.
Por isso, peço respeitosamente que meu nome e minha condição profissional não sejam associados a condutas que não correspondem à realidade”, disse o profissional, segundo veículo.
Em Pernambuco, outro médico também caçoou do assassinato de Kirk
No estado de Pernambuco, o cirurgião Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa foi demitido da clínica onde trabalhava por comemorar o assassinato do ativista conservador – ato repudiado pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). O cirurgião virou alvo de sindicância do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), que, em comunicado, pediu desculpas à família de Charlie Kirk pela postagem do cirurgião no Instagram: “um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical “.
As punições a Ricardo Barbosa não pararam por aí. No dia 13, sábado, o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, anunciou no X a revogação do visto americano de Barbosa: “Espero que as autoridades brasileiras se interessem por um médico que deseja publicamente a morte de pessoas cujas opiniões políticas ele não concorda”, escreveu o secretário.
O comentário repercutiu nas redes sociais após ser compartilhado pelo líder do PL na Câmara Municipal do Recife, Thiago Medina.