Movimentos sociais, lideranças políticas e militantes se reuniram neste domingo (7), no Centro do Rio de Janeiro, para a 31ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas. Realizado em paralelo aos desfiles cívicos da Semana da Pátria, o ato teve como principais bandeiras o pedido de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a rejeição ao projeto de lei que prevê anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, além de pautas ligadas à defesa da democracia, à soberania nacional e aos direitos sociais.
A concentração começou às 9h, na esquina da Avenida Presidente Vargas com a Rua Uruguaiana, com café da manhã distribuído aos participantes. Sob o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, a manifestação seguiu em caminhada pelo Centro do Rio e reuniu centenas de pessoas, encerrando por volta das 13h.
Durante o ato, a deputada estadual Marina do MST (PT), líder do PT na Alerj, criticou o papel do agronegócio no cenário político nacional, classificando o setor como força de desestabilização democrática. Ela defendeu a reforma agrária como instrumento para combater a fome e garantir soberania alimentar.
“É muito importante que o Grito dos Excluídos faça a denúncia do agronegócio golpista no Brasil e defenda a bandeira da reforma agrária como forma de produzir alimentos e combater a fome, garantindo comida para todo o povo brasileiro”, disse Marina, que também pediu palmas em homenagem ao cineasta Silvio Tendler, cujo velório ocorreu na manhã deste domingo.
Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) destacou os avanços nas investigações sobre os ataques golpistas, ressaltando que, pela primeira vez, militares de alta patente estão sendo responsabilizados judicialmente. “Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente começam a ser punidos por participação em ataques contra a democracia. Esse é um marco fundamental para mostrar que ninguém está acima da lei”, declarou.
Entre as ações realizadas, houve mutirões para a coleta de votos em apoio ao chamado Plebiscito Popular, que buscou ouvir a população sobre a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e a criação de um imposto para os super ricos. No local, manifestantes exibiram cartazes contra a anistia e criticaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump além de gritarem palavras de ordem durante o ato.
No Rio, participaram da mobilização os deputados federais Jandira Feghali (PCdoB), Benedita da Silva (PT), Pastor Henrique Vieira (PSOL), Reimont (PT) e Chico Alencar (PSOL), além da deputada estadual Dani Balbi (PSOL).
O Grito dos Excluídos integra uma mobilização nacional realizada simultaneamente em diversas capitais brasileiras. Na capital fluminense, equipes da CET-Rio e da Polícia Militar acompanharam o evento, que ocorreu sem incidentes graves.
Segundo os organizadores, o objetivo da manifestação é pressionar por políticas públicas mais justas e inclusivas, reafirmando o compromisso com a democracia e a soberania do Brasil.
