A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira (30), uma operação contra um grupo suspeito de fraudes em pensões e benefícios de servidores mortos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), incluindo ex-professores da instituição. Segundo as investigações, a quadrilha movimentou R$ 22 milhões em três anos. Quatro pessoas foram presas até o momento. As equipes já apreenderam R$ 300 mil em espécie e oito veículos de luxo.
A Operação Capgras apura os crimes de falsificação de documentos, estelionato contra ente público federal, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os agentes estão nas ruas para cumprir cinco mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão.
As prisões ocorreram na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste; Inhoaíba, na Zona Oeste; Nilópolis, na Baixada Fluminense; e em Mogi da Cruzes, em São Paulo.
Em Mogi, as equipes localizaram um “escritório do crime”, montado nos fundos da casa do principal alvo da operação. Os policiais encontraram uma estrutura com estações de trabalho e apreenderam computadores, arquivos, documentos, planilhas e anotações que revelam as práticas criminosas.
Em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, os agentes apreenderam dinheiro em espécie, joias, relógios de luxo, celulares, veículos, cofres, máquina de contar dinheiro e documentos.
A PF pediu o sequestro de bens dos investigados no valor de R$ 18 milhões.
Investigação
De acordo com a PF, os investigados movimentaram cerca de R$ 22 milhões entre os meses de janeiro de 2022 e dezembro de 2024. Os policiais apuraram que, durante o período, aconteceram golpes bancários e fraude em benefícios previdenciários. Parte dos recursos, inclusive, podem ter sido direcionados à pessoas ligadas à cúpula do Comando Vermelho.
A investigação revelou um complexo esquema de grandes movimentações financeiras, com utilização de laranjas e empresas de fachada para ocultar a origem e o destino dos valores, arrecadados ilegalmente. Ainda segundo a PF, os membros do grupo usavam documentos falsos para se passarem por familiares de ex-professores, enganando a UFRJ.
O inquérito policial se iniciou a partir de uma notícia-crime encaminhada por um pensionista da universidade após identificar que haviam habilitado outro beneficiário em sua pensão – uma pessoa inexistente que seria um filho da vítima em questão, segundo a documentação falsa apresentada – para dividir o valor a qual tinha direito.
Posteriormente, a própria instituição iniciou uma auditoria, na qual foram identificados inúmeros casos semelhantes envolvendo outros pensionistas. A PF estima um prejuízo de R$ 1,2 milhão para a UFRJ.
Os investigados poderão responder pelos crimes de falsificação de documento público, estelionato, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e *organização criminosa. As investigações foram coordenadas pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (UIS/Delefaz/PF/RJ), com o apoio do Núcleo de Identificação da PF no Rio de Janeiro (NID/PF/RJ).
 
								 
								 
								 
					 
					